Inexorável
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
O Marasmo
Temos um Primeiro do Conselho de Ministros (adiante apenas referido como Presidente do Conselho) que gere a sua imagem como fazem os presidentes dos EUA, com um gabinete de profissionais da imagem dedicado apenas à imagem do Presidente do Conselho. Até nem considero errado, afinal o Presidente do Conselho é a imagem de quem o escolheu, é a imagem do país e eu quero que o meu país tenha uma boa imagem.
O marasmo não deriva da imagem da gestão que se faz dela. O nosso Presidente do Conselho foi buscar o melhor dos EUA e o pior da Venezuela, num conceito de José Pacheco Pereira, o Presidente do Conselho tem regularmente os seus momentos-Chavez, Chavez tem um programa televisivo aos Domingos onde fala durante oito horas, não lhe bastando agora tem uma programa diário de hora e meia na rádio, como Chavez o nosso Presidente do Conselho sempre que aparece na televisão é num palco, apoiado por um teleponto, onde anuncia as mais diversas coisas, nada lhe é perguntado, não existe nunca uma genuína pergunta, está acima de toda a polémica e crítica. é certo que existe os debates mensais na Assembleia da República mas aí está entre iguais, pode ofender os seus pares que não lhe fica mal, diferente seria ter de entrar em diálogo com um sindicalista, um funcionário publico ou um simples popular.
Ao “Não discutimos Deus e a virtude. Não discutimos a pátria e a sua história. Não discutimos a autoridade e o seu prestígio. Não discutimos a família e a sua moral. Não discutimos a glória do trabalho e o seu dever” surgiu um seco e breve “Não discutimos o Presidente do Conselho”.
Dois anos depois o marasmo está perfeitamente instalado na sociedade portuguesa, como se primeiro se estranhasse e depois se entranhasse. Por todo o lado ouço que não há nada a fazer e que não existe alternativa a este Presidente do Conselho. Como é possível dizer que não existe alternativa? Como? Ainda vivemos numa democracia mas até isso parece estar esquecido, no marasmo tudo cabe. Os mais visado pelo Presidente do Conselho, como os professores, são os primeiros a pactuar com a tese da não alternativa, o povo em geral, já de si no fio da navalha, aceitou sem demoras o marasmo, os conceitos de funcionários privilegiados, de aproximar o público do privado, do futuro risonho... enfim... transformaram-se em dogmas inquestionáveis.
Dois anos depois vivemos num país bem diferente, uma nova classe política emerge à imagem do Presidente do Conselho, vingou aquele modelo, os portugueses são hoje uma pálida imagem do que foram.
Cinzentos, no marasmo, mais uma vez...
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
O primeiro português
Terá nascido em Coimbra e foi, possivelmente, criado em Guimarães onde viveu até 1128.
Tomou, em 1120, uma posição política oposta à de D. Teresa (que apoiava o partido dos Travas), sob a direcção do arcebispo de Braga. Este forçado a emigrar leva consigo o infante que em 1122 se arma cavaleiro. Restabelecida a paz, voltam ao condado. Entretanto novos incidentes provocam a invasão do condado portucalense por D. Afonso VII, que, em 1127, cerca Guimarães onde se encontrava D. Afonso Henriques. Sendo-lhe prometida a lealdade deste, D. Afonso VII desiste de conquistar a cidade. Mas alguns meses depois, em 1128, as tropas de D. Teresa defrontam-se com as de D. Afonso Henriques tendo estas saído vitoriosas – o que consagrou a autoridade de D. Afonso Henriques no território portucalense, levando-o a assumir o governo do condado.
Consciente da importância das forças que ameaçavam o seu poder este concentrou os seus esforços em dois planos: Negociações junto da Santa Sé com um duplo objectivo: alcançar a plena autonomia da Igreja portuguesa e o reconhecimento do Reino.
Os passos mais importantes foram os seguintes:
Fundação do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, em 1131, directamente subordinada à cúria romana – fundação que propiciou a reunião das dioceses portuguesas à metrópole de Braga;
declaração de vassalagem por parte de D. Afonso Henriques à Santa Sé em 1143 – em virtude de uma nova fase da sua política iniciada com o use do título de rei; obtenção da bula de 1179, na qual o papa Alexandre III designava pela primeira vez D. Afonso Henriques rei a ao qual dava o direito de conquistar terras aos Mouros sobre as quais outros príncipes cristãos não tivessem direitos anteriores;
pacificação interna do reino e alargamento do território através de conquistas aos Mouros – o limite sul estabelecido para o condado portucalense – e assim Leiria em 1135, Santarém e Lisboa em 1147 – quer mesmo para além deste, sempre que isso não viesse originar conflitos com o Imperador – e assim Almada e Palmela em 1147, Alcácer em 1160 e quase todo o Alentejo (que posteriormente foi de novo recuperado pelos Mouros).
Ficha genealógica:
D. Afonso Henriques, nasceu possivelmente em Coimbra, em 1109, e faleceu em Coimbra em 8 de Dezembro de 1185. Casou em 1145/1146 com D. Mafalda, que nasceu em data incerta, e morreu em Coimbra a 4 de Novembro de 1157, ficando sepultada no Convento de Santa Cruz; filha de Amadeu II, conde de Sabóia e Piemonte, e da condessa Mafalda de Albon. Tiveram os seguintes filhos:
1. D. Henrique, nasceu a 5 de Março de 1147 e morreu jovem;
2. D. Sancho, que herdou a coroa;
3. D. João, nasceu e morreu em data incerta;
4. D. Urraca, nasceu em Coimbra, por volta de 1150, e casou com D. Fernando II, rei de Leão, por 1165; sendo repudiada em 1179; faleceu em ano incerto;
5. D. Mafalda, nasceu em Coimbra, em ano incerto; noiva do conde D. Raimundo de Berenguer, filho do conde de Barcelona, em 1160; faleceu pouco depois;
6. D. Teresa, nasceu em ano incerto; casou com Filipe de Alsácia, conde de Flandres, por volta de 1177; faleceu depois de 1211, em Furnes);
7. D. Sancha, nasceu e faleceu em data incerta.
O monarca teve os seguintes filhos bastardos:
8. D. Fernando Afonso, referido em documentos de 1166 a 1172;
9. D. Pedro Afonso (n. e f. em data incerta), por muitos considerado também irmão do monarca, pois tomou parte na conquista de Santarém e esteve em Claraval antes de 1153.
10. D. Afonso, nasceu em ano incerto; mestre da Ordem de S. João de Rodes, de 1203 a 1206; faleceu em 1 de Março de 1207; 11. D. Urraca, que nasceu e faleceu em data incerta.