Inexorável

quarta-feira, junho 29, 2005

Poesia

Há palavras que nos beijam



Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.



Poema de Alexandre O’Neill
posted by Manuel dos Reis at 16:45 4 comments

domingo, junho 26, 2005

Cartazes


Um dos filmes mais surpreendentes dos ultimos anos mas que infelizmente passou despercebido.
posted by Manuel dos Reis at 14:35 0 comments

sexta-feira, junho 24, 2005

Cartazes


Eis que 20 anos depois, o filme.
Série de culto, entre 1979 e 1985, fez as delicias dos apreciadores do género e não só.
Bo, Luke e Daisy Duke, no seu "The General Lee", juntamente com outros personagens como o Uncle Jesse, Boss Hogg e Roscoe P. Coltrane, não passaram despercebidos a toda uma geração. Espero que o filme corresponda às minhas expectativas.
posted by Manuel dos Reis at 23:52 0 comments

Poesia

Curiosidades Estéticas



O mais importante na vida
É ser-se criador – criar beleza.

Para isso,
É necessário pressenti-la
Aonde os nossos olhos não a virem.

Eu creio que sonhar o impossível
É como que ouvir uma voz de alguma coisa
Que pede existência e que nos chama de longe.

Sim, o mais importante na vida
É ser-se criador.
E para o impossível
Só devemos caminhar de olhos fechados
Como a fé e como o amor.



Poema de António Botto
posted by Manuel dos Reis at 00:12 0 comments

segunda-feira, junho 20, 2005

Cartazes


Aqui está em primeira mão.
Li o livro espero com ansiedade pelo filme.
Quando chegará a Portugal?
posted by Manuel dos Reis at 23:50 0 comments

domingo, junho 19, 2005

Belo


Quem vem e atravessa o rio, junto à serra do pilar...
posted by Manuel dos Reis at 14:18 0 comments

sábado, junho 18, 2005

Cartazes


Para a época foi um cartaz altamente assustador.
Ainda é?
posted by Manuel dos Reis at 18:15 0 comments

sexta-feira, junho 17, 2005

Para lá da exosfera


Imagem da Spirit em Marte.
Por-do-Sol na Cratera Gusev.
posted by Manuel dos Reis at 21:22 0 comments

quinta-feira, junho 16, 2005

Poesia

Recusa



Não terás para me
Dar
Quotidiano contigo

Abrigo
Corpo despido

Nem terás para me
Dar
A segurança do perigo

Mais do que o gesto
Ocupado

O afago
O desmentido

Não terás para me
Dar
O espanto de estar contigo.



Poema de Teresa Horta
posted by Manuel dos Reis at 23:35 0 comments

terça-feira, junho 14, 2005

Belo


Aurora Boreal.
Nebraska, EUA.
posted by Manuel dos Reis at 22:17 0 comments

segunda-feira, junho 13, 2005

Poesia

In Memorian

Esses mortos difíceis
Que não acabam de morrer
Dentro de nós; o sorriso
De fotografia,
A carícia suspensa, as folhas
Dos estios persistindo
Na poeira; difíceis;
O suor dos cavalos, o sorriso,
Como já disse, nos lábios,
Nas folhas dos livros;
Não acabam de morrer;
Tão difíceis, os amigos


Poema de Eugénio de Andrade
Pseudónimo de José Fontinhas
posted by Manuel dos Reis at 18:04 0 comments

domingo, junho 12, 2005

Sites com interesse

A visitar: http://www.paparoka.com/
Simplesmente delicioso.
Feito por uma portuguesa da Maia, de fácil navegação, completo, interactivo, do melhor que existe na web em português sobre culinária.
Não deixem de visitar a culinária dos mais pequenos, no mini-paparoka.
posted by Manuel dos Reis at 17:32 0 comments

Óscares


Shirley Booth
Melhor Actriz (1952)
em Come Back, Little Sheba
posted by Manuel dos Reis at 12:43 0 comments

Óscares


Gary Cooper
Melhor Actor (1952)
em High Noon
posted by Manuel dos Reis at 12:42 0 comments

sábado, junho 11, 2005

Poesia

Afrodite


Formosa.
Esses peitos pequenos, cheios.
Esse ventre, o seu redondo espraiado!
O vinco da cinta, o gracioso umbigo, o escorrido
das ancas, o púbis discreto ligeiramente alteado,
as coxas esbeltas, um joelho único suave e agudo,
o coto de um braço, o tronco robusto, a linha
cariciosa do ombro...
Afrodite, não chorei quando te descobri?
Aquele museu plácido, tantas memórias da Grécia
e de Roma!
Tantas figuras graves, de gestos nobres e de
frontes tranquilas, abstractas...
Mas aquela sala vasta, cheia, não era uma necrópole.
Era uma assembleia de amáveis espíritos, divaga-
dores, ente si trocando serenas, eternas e nunca
desprezadas razões formais.

Afrodite, Afrodite, tão humana e sem tempo...
O descanso desse teu gesto!
A perna que encobre a outra, que aperta o corpo.
A doce oferta desse pomo tentador: peito e ventre.
E um fumo, uma impressão tão subtil e tão pro-
vocante de pudor, de volúpia, de reserva, de
abandono...
Já passaram sobre ti dois mil anos?

Estranha obra de um homem!
Que doçura espalhas e que grandeza...
És o equilíbrio e a harmonia e não és senão corpo.
Não és mística, não exacerbas, não angústias.
Geras o sonho do amor.

Praxíteles.
Como pudeste criar Afrodite?
E não a macerar, delapidar, arruinar, na ânsia de
a vencer, gozar!
Tinha de assim ser.
Eternizaste-a!
A beleza, o desejo, a promessa, a doce carne...



Poema de Irene Lisboa
posted by Manuel dos Reis at 12:36 0 comments

Para lá da exosfera


Imagem da Spirit em Marte.
Remoinho de pó no interior da cratera Gustev.
posted by Manuel dos Reis at 00:21 0 comments

quinta-feira, junho 09, 2005

Poesia

Ser Poeta (Perdidamente)


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dize-lo cantando a toda a gente!


Poema de Florbela Espanca
posted by Manuel dos Reis at 23:36 0 comments

quarta-feira, junho 08, 2005

Poesia

Ápice


O raio de sol da tarde
Que uma janela perdida
Reflectiu
Num instante indiferente –
Arde,
Numa lembrança esvaída,
À minha memória de hoje
subitamente

Seu efémero arrepio
Ziguezagueia, ondula, foge,
Pela minha retentiva...
– E não poder adivinhar
– Por que mistério se me evoca
– Esta ideia fugitiva,
– Tão débil que mal me toca!....

– Ah, não sei porquê, mas certamente
Aquele raio cadente
Alguma coisa foi na minha sorte
Que a sua projecção atravessou...

Tanto segredo no destino de uma vida ...

É como a ideia de Norte,
Preconcebida,
Que sempre me acompanhou...

Poema de Mário Sá-carneiro
posted by Manuel dos Reis at 19:16 0 comments

terça-feira, junho 07, 2005

Para lá da exosfera


Como as coisas estão por cá, lá fora está-se bem melhor.
Astronautas Jerry Ross e James Newman durante a primeira missão na Estação Espacial Internacional em Dezembro de 1998.
posted by Manuel dos Reis at 11:52 0 comments

segunda-feira, junho 06, 2005

O Relatório Constâncio

Tanto se fala das conclusões do Relatório Constâncio e tantas duvidas têm surgido que resolvi perder algum tempo a ler parte do dito relatório.
Resolvi arriscar e tentar perceber como é que Sua Excelência o Governador do Banco de Portugal conseguiu somar e somar até chegar aos 6,83.
Se alguma das minhas análises for incorrecta agradeço a vossa colaboração. Esta análise baseia-se na "Introdução pelo Governador do Banco de Portugal", da qual extrai todas as citações.

Análise do primeiro quadro:
http://img224.echo.cx/img224/9888/quadro13ko.jpg

Diz de seguida o Governador:
"3.1.) A estimativa realizada excluiu a consideração das receitas extraordinárias ou temporárias que estavam previstas no Orçamento, essencialmente porque já não se afiguravam viáveis. As quatro fontes de receita temporária consideradas no Orçamento eram as seguintes: Dividendos da GALP (€ 548 milhões); Venda de Património utilizado pelo Estado (€ 500 milhões); Transferência de Fundos de Pensões (€ 422 milhões); Venda de concessões (€ 500 milhões). Como é conhecido, as duas primeiras vieram a ser desaprovadas pelo Eurostat já depois da apresentação do Orçamento. A transferência de Fundos de Pensões orçamentada (da Caixa Geral de Depósitos e outros) correspondia à previsão que uma parte dos montantes dos Fundos transferidos no final de 2004 poderia ser concretizada já em 2005 por não ser necessária no ano passado para o cumprimento do objectivo do défice ficar abaixo de 3 por cento do PIB. Aconteceu, porém, que foi necessário afinal utilizar totalmente em 2004 a totalidade dos valores envolvidos naqueles Fundos de Pensões. Finalmente, relativamente à rubrica «Venda de Concessões» não foi possível apurar cabalmente ao que se referia e, em qualquer caso, nada de concreto se encontrava agora previsto nos serviços sobre este assunto."

Não deixa de ser estranho alguns dados deste quadro. Primeiro a incompetência do Governador em fazer o seu trabalho, em Dezembro diz -5,1 em Maio diz -6,8, de seguida a constatação de que em 2004 a previsão era de -5,2 e atingiu-se os -2,9 e de seguida a afirmação de que tais valores não poderiam ser atingidos em 2005 apesar de a previsão ainda ser inferior à de 2004, por fim a informação de que com um crescimento do PIB superior a 5% (como se tal fosse possivel, o que me leva a pensar nas reais motivações do Governador em incluir tal dado) se atingirá os -6,5%, este ultimo facto por si só já é suficientemente extraordinário já que o Socrates anunciou que espera atingir os -6,2. Afinal que é que está a fazer mal as contas?
Existe no entanto a questão das receitas extrordinárias que afinal não se iriam verificar em 2005, segundo o dito Governador, o que é estranho é que em relação à "Venda de concessões" o Governador não as incluiu no orçamento do seu relatório com o incrivel argumento de não ter sido "possivel apurar cabalmente". Dá a impressão de pouca dedicação ou de dedicação a mais neste ponto em concreto. A ser possivel a inclusão de tal rubrica (e eu admito que sim) esses 500 milhões corresponderia a cerca de menos 0,40, o que situaria o defice em 6,40. Adiante veremos a importância destes 0,40.

Vejamos agora o quadro 2
http://img96.echo.cx/img96/456/quadro20iu.jpg

"O primeiro ponto a salientar refere-se à previsão das receitas apresentar um valores apenas ligeiramente abaixo do orçamentado. Isso acontece em consequência da base de partida de 2004 se ter revelado superior ao previsto no momento de elaboração do Orçamento e de se presumir que os ganhos de eficiência da administração fiscal irão continuar este ano."

Surprendentemente a revisão do orçamento vem agora dizer que o saldo o orçamento revisto já não é de -5,1 mas de -4,27 de seguida junta-lhe mais umas despesas resultantes da sua revisão.

"A principal perda de receita refere-se, no entanto, aos Dividendos a receber pelo Estado de empresas públicas e outras participações de capital (menos € 740,3 milhões). "

Ou seja prevê que até ao final de 2005 as empresas do Estado não paguem ao próprio Estado -053. Além de ser um facto extraordinário, o próprio Estado dever a si mesmo, fica por esclarecer de que empresas se trata e o que é que podia ser feito para corrigir tal situação. Se forem Hospitais não é divida é serviço publico se forem os ordenado e os carros e os cartões de crédito dos administradores não é depesa é roubo.

"A mais relevante refere-se ao Serviço Nacional de Saúde para o qual se estima um défice superior ao referido no Orçamento em 1512,8 milhões de euros."
Junta a esta previsão mais 400 milhões do que o verificado em 2004 o que corresponde a cerca de 0,30.

"No que diz respeito à dotação provisional, um montante inscrito no orçamento do Ministério das Finanças para fazer face a despesas correntes e de capital não previstas, estimou-se a necessidade de um aumento do respectivo montante em 180 milhões de euros."

De seguida inclui 0,13 em despesas que não consegue prever, o que é o mesmo que dizer que inclui 0,13 de receitas que não consegue prever ou seja mais valia estar quieto.

"Este valor resulta de um corte de 180 milhões de euros na dotação para despesas de capital que não é necessário e de um reforço de 360 milhões de euros indispensáveis para fazer face a despesas com remunerações dos funcionários públicos, visto que a verba orçamentada representaria uma diminuição de 0,8 por cento em relação a 2004, quando é certo que se verificou um aumento de 2,25 por cento e que haveria um efeito significativo da progressão nos escalões dos docentes do ensino não superior."

Ora como é sabido a progressão dos escalões foi congelada por este governo, na prática estes 0,26 nunca foram para para ser tidos em conta ou então paraecem justamente para justificar o congelamento dos escalões.

"Como é conhecido, o Orçamento para 2005 excluiu o Instituto de Estradas de Portugal após a sua transformação numa entidade pública empresarial. No entanto, como as respectivas receitas próprias estão longe dos 50 por cento dos custos indispensáveis para, de acordo com as regras da Contabilidade Nacional, uma entidade pública não ser considerada nas Administrações Públicas foi necessário voltar a incluir aquele organismo na estimativa do défice orçamental, o que implicou o seu aumento em 458,3 milhões de euros. "

Estão longe como? Como é que numa previsão pode afirmar que no inicio de 2005 pode saber o que vai gastar o EPE no fim de 2005? Das duas uma ou não entra nas contas do Estado e o Estado não controla os gastos ou entra e o estado controla os gastos, de qualquer forma estes 0,26 só entra se o Estado quiser.

Resultado se subtrairmos os 0,40+0.53+0,30+0,13+0,26 aos 6,83 do relatório da comissão Constâncio temos 4,88.

Na verdade tudo isto tem uma importância relativa com as portagens nas scdus e algumas receitas extraordinarias o povo não necessitava de ser tão miseravelmente castigado.
posted by Manuel dos Reis at 21:16 0 comments

domingo, junho 05, 2005

Ministros

O Ministro das Finanças informou o pais que a sua mulher também é atingida pelas medidas do seu Ministério.
Ficamos então todos muito mais tranquilos, obrigado Sr. Ministro.
posted by Manuel dos Reis at 13:16 0 comments

sábado, junho 04, 2005

Óscares


Vivien Leigh
Melhor Actriz (1951)
em A Street Car Named Desire
posted by Manuel dos Reis at 18:33 0 comments

Óscares


Humphrey Bogart
Melhor Actor (1951)
em The African Queen
posted by Manuel dos Reis at 18:28 0 comments

sexta-feira, junho 03, 2005

Para lá da exosfera


Fotografia tirada a 29,6 milhões de quilómetros da Terra, pela sonda Messenger, que a caminho de Mercúrio resolveu olhar para trás e despedir-se de nós com esta bela imagem.
posted by Manuel dos Reis at 22:49 0 comments

Belo


Sol Vermelho
de Joan Miró.
posted by Manuel dos Reis at 22:46 0 comments