Inexorável
sábado, julho 30, 2005
Poesia
Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Poema de Fernando Pessoa
Para lá da exosfera
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O mito resistiu e tornou-se realidade, foi descoberto o 10º planeta, seu nome: 2003UB313. Ficamos a guardar um nome definitivo ou será mais uma Sedna?
Aceitam-se propostas.
sexta-feira, julho 29, 2005
Poesia
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Poema de Florbela Espanca
Para lá da exosfera
quarta-feira, julho 27, 2005
Para lá da exosfera
Som enviado pela sonda Cassini-Huygens, actualmente a "residir" em Saturno.
Clique aqui para ouvir.
http://www.nasa.gov/123160main_cas-skr2-072504.wav
terça-feira, julho 26, 2005
Para lá da exosfera
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Lá vai ela, a Discovery descolou com sucesso de Cabo Canaveral, na Florida, no primeiro voo depois da explosão do Columbia há dois anos e meio.
Também gostava de ter ido.
domingo, julho 24, 2005
Poesia
Talvez amanhã eu saiba
Talvez amanhã eu siga.
Talvez amanhã não caiba
Nas palavras que te diga...
Entretanto, que sei eu?
Eu que não sei o que sou.
Depois do que aconteceu,
Apesar do que acabou.
Não vamos dormir agora
- que a manhã é uma promessa
que o teu sorriso devora.
Vamos despir-nos depressa
Ainda temos uma hora
Antes que o sonho adormeça.
Poema de Fernando Tavares Rodrigues
sábado, julho 23, 2005
Belo
Cartazes
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Quem se lembra deste filme de culto realizado em 1979.
O remake está prometido para 2006, fico a aguardar.
quinta-feira, julho 21, 2005
Para lá da exosfera
quarta-feira, julho 20, 2005
Poesia
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Poema de Ricardo Reis
segunda-feira, julho 18, 2005
Poesia
A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
Poema de Alexandre O'Neill
domingo, julho 17, 2005
De lá da exosfera
De lá da exosfera
De lá da exosfera
sábado, julho 16, 2005
De lá da exosfera
sexta-feira, julho 15, 2005
De lá da exosfera
quinta-feira, julho 14, 2005
Poesia
Que ninguém hoje me diga nada.
Que ninguém venha abrir a minha mágoa,
esta dor sem nome
que eu desconheço donde vem
e o que me diz.
É mágoa.
Talvez seja um começo de amor.
Talvez, de novo, a dor e a euforia de ter vindo ao mundo.
Pode ser tudo isso, ou nada disso.
Mas não afirmo.
As palavras viriam revelar-me tudo.
E eu prefiro esta angústia de não saber de quê.
Poema de Fernando Namora
terça-feira, julho 12, 2005
Poesia
Eu sei, não te conheço mas existes.
por isso os deuses não existem,
a solidão não existe
e apenas me dói a tua ausência
como uma fogueira
ou um grito.
Não me perguntes como mas ainda me lembro
quando no outono cresceram no teu peito
duas alegres laranjas que eu apertei nas minhas mãos
e perfumaram depois a minha boca.
Eu sei, não digas, deixa-me inventar-te.
não é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos
sobre a tua nudez
como uma sombra no deserto.
É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti,
Porque tu és o mar que acolhe os meus destroços.
É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitares
Em todas as palavras do meu canto.
Tenho construído o teu nome com todas as coisas.
tenho feito amor de muitas maneiras,
docemente,
lentamente
desesperadamente
à tua procura, sempre á tua procura
até me dar conta que estás em mim,
que em mim devo procurar-te,
e tu apenas existes porque eu existo
e eu não estou só contigo
mas é contigo que eu quero ficar só
porque é a ti,
a ti que eu amo.
Poema de Joaquim Pessoa
Por mim dar-lhe-ia um outro titulo:
"Apenas me doi a tua ausência"
segunda-feira, julho 11, 2005
Para lá da exosfera
sexta-feira, julho 08, 2005
Poesia
Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
pela branda melodia do rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego, dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz,
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
deixa passar a Vida!
Poema de Natália Correia
quarta-feira, julho 06, 2005
Cartazes
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Alguns cartazes fazem a delícia daqueles que gostam de procurar imagens escondidas. É o caso deste, vemos na borboleta uma cópia da foto "Orgia em Caveira" de Philippe Halsman, também esta inspirada numa pintura surrealista de Dali com o título "Corpos Femininos em Caveira".
terça-feira, julho 05, 2005
Poesia
Guardo na pele a luz da tinta
É aí que as palavras ardem
À passagem do sangue
Na pele, tudo é profundo
Ouve-se a água no início do sono
Flor estilhaçada na sombra dos dedos
E um talento vagaroso
Percorre as veias
Uma promessa de paz ilumina os roseirais
Dirás que o corpo é uma casa de sol
Um relâmpago breve na paisagem.
Poema de Fernando Fabião
segunda-feira, julho 04, 2005
Para lá da exosfera
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Após 172 dias e 431 milhões de quilómetros a Deep Impact atingiu com sucesso o cometa Tempel 1.
Eis o link para o vídeo do contacto.
http://www.nasa.gov/mov/121530main_its_approach_x4.mov
Belo
sábado, julho 02, 2005
Para lá da exosfera
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Fotografia tirada no Colorado, E.U.A., onde vemos Mercurio, Vénus e Saturno.
Vejam lá se conseguem dizer qual é qual.